segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Djô San

Que é como quem diz, bom dia!
Foi uma semana difícil, com muito trabalho e ainda em processo de instalação na casa nova.
E porquê? Porque esta semana chega o novo ano chinês. O ano do coelho vem aí e toda a gente quer os trabalhos prontos antes das festas.

As ruas enchem-se de tangerineiras, gladíolos e lirios.
Tudo com o seu significado. Uns para o amor, outros para o dinheiro outros para a saúde.
As portas dos estabelecimentos comerciais têm autocolantes com coelhinhos fofinhos, tipo Disney.
Os arbustos são podados em forma de coelho e as avenidas estão cheias de coelhos insufláveis cor de rosa.

Quarta feira à noite lá vou eu com os chineses até ao templo pedir favores aos deuses!
Até lá muito trabalhinho. E por isso poucas palavras.


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Habemos casa!



É grande, é nova e fica no "bronx" (a zona mais pobre de Macau).
É um complexo de 5 torres com 47 andares cada e 5 fracções por piso.
Quer isto dizer que só no meu prédio tenho 225 apartamentos.
Fazendo uma média de 4 pessoas por apartamento, tenho 900 vizinhos só na minha torre, 4500 nas 5 torres.
É como se vivesse em Silves.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Uma busca febril


Imaginem que estão a jogar Pictonary e vos sai uma carta em que têm de descrever Paracetamol com gestos.
Pois foi o que me aconteceu na farmácia. Na tentativa frustrada de teatralizar uma amigdalite, tentei pedir directo os químicos. Não foi fácil.
De facto a língua é a maior barreira que se encontra neste país. Em determinados momentos é desesperante não nos conseguirmos fazer entender e quando estamos com 38,5º de febre é um deles.
Mas sobrevivi.

Não deixei no entanto de ir vendo casas apesar do estado febril, o que por vezes me deixou a pensar que estava a delirar.
O maior "delírio" de todos foi uma casa que parecia ter sido desenhada por Gaudi.

Não havia dois tipos de mosaicos ou azulejos iguais naquela casa. Havia uma sauna enfiada atrás de um duche de hidromassagem e a cozinha era uns espaço minúsculo, mas com um frigorífico americano de 2 portas, um fogão de 5 bocas, um esterilizador/secador de pratos, máquina de lavar loiça e mais uma catrefada de pequenos electrodomésticos.
O resultado disto é era não caber mais de uma pessoa de cada vez na cozinha.
Tinha ainda uma varanda minúscula onde acharam boa ideia pôr uma fonte em pedra onde um peixe deitava um repuxo pela boca.
Uma loucura, mas baratinha.

Vimos ainda casas onde o frigorífico ou/e a máquina de lavar roupa só cabia na sala.

Devemos ter visto umas 20 casas, a maior parte deles caras demais para o que ofereciam e quase todas velhas e sem obras.
Um dos problemas das casas velhas tem a ver com o facto do gás ser de bilha. Ora se eu não consigo comprar paracetamol, como é que compro gás? Levo a bilha às costas e mostro o que quero? Deve se encomendada pelo telefone, mas a minha experiência de pedir, por exemplo, um taxi também não correu bem. Como não percebem o que estamos a dizer, respondem logo que não há.

Conclusão, escolhemos uma casa nova e se tudo correr como esperado fazemos hoje o contrato, depois de termos feito "provas de sinceridade", ou seja, ter pago um adiantamento para que se pudesse continuar com as negociações e baixar um bocadinho o preço.

E é claro que tudo isto anda a ser feito em intervalos inventados de trabalhos urgentes.

Têm sido dias loucos. Chegámos à apenas 9 dias mas pareceu mais, muito mais.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Chegados e estragados


Depois de uma viagem de 24 horas, para um destino com 8 horas de diferença horária seria sempre preciso uma semana para "aterrar".
Nós tivemos uma noite mal dormida.

Chegámos no domingo pelas 7 da tarde a Macau e segunda feira já estávamos a trabalhar.
Todos trocados não conseguimos dormir mais de 4 horas seguidas, mas como os trabalhos estavam todos atrasados e a verdade é que não podíamos dormir muito mais, nem que conseguíssemos, pois passámos as primeira 24h a produzir.

Em Macau está frio, muito frio e este pessoal não está nada preparado para este tipo de temperaturas. A maioria dos AC só debita frio e são poucas as lojas que vendem radiadores. Por sua vez a qualidade da construção das casas é mázinha.
Felizmente o escritório é uma excepção e tem AC quente. Para já a casa onde estamos também, mas é por pouco tempo. Temos até dia 25 para arranjar um apartamento para nós.

Procurar casa em Macau é só por si uma tarefa titânica, e no meio de projectos com prazos curtos ainda pior.

A maioria dos chineses de Macau não fala inglês. Quando entramos numa agência imobiliária, ficam todos a olhar para nós com um sorriso de orelha a orelha, até que aparece alguém que pergunta "Can I éupio?"
Enquanto explicamos o que procuramos, eles vão dizendo "ok, ok,ok" e nós ficamos sempre na dúvida da quantidade de informação que foi realmente absorvida.
Depressa descobrimos que não foi muita quando nos começam a telefonar no dia seguinte e nós não conseguimos sequer entender o que dizem.
Quando perguntei "When can I see the house?" ele respondeu "Taipa".
Tenho de procurar sinónimos para "when" e "were".

Amanhã vamos ver as primeiras casas.
Entretanto, devido a uma lei que dificulta a compra, os preços das casas estão a subir muito rapidamente. Não se consegue encontrar nada abaixo das 8000 patacas (800 euros).

Espero sinceramente não ir ver amanhã casas com a sanita na cozinha e o lavatório na sala, como aconteceu aqui a algumas pessoas (mas se vir eu tiro uma foto!).