terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Moinhos e coelhinhos


Um bocadinho atrasada, mas tal como prometido ficam aqui as imagens do fim de ano chinês.
A noite começou com fogo de artifício, mas a esta não é uma festa de copos e bailarico, mas sim uma festa religiosa onde tudo tem o seu significado.

Os moinhos são para mudar os ventos da sorte e só passeiam com eles a noite toda aqueles a quem o ano anterior correu mal.
Queimam-se papelinhos com desejos, incensos gigantes e panchões.

O templo estava tão cheio de fumo que chorei o tempo todo que lá estive dentro. Por momentos pareceu-me mais fácil ir de joelhos a Fátima. Havia gente com óculos de mergulho para conseguirem ter os olhos abertos no meio da fumarada (muito práticos, estes chineses).

No dia a seguir as ruas enchem-se de famílias a exibir a fatiota nova que vêm ver a dança do dragão e dos seus amigos leões.


Diz a tradição que aquilo que fazemos no primeiro dia do ano vai ser uma imagem do ano novo.
Eu tentei passar um dia feliz...


terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Kung hei fat choi!


Hoje começa o Nova Ano Lunar do Coelho.

Durante 3 dias queimam-se panchões e explodem-se petardos afastar os maus espíritos com o barulho e saudar os ano novo.

Queimam-se incensos, veneram-se os antepassados e os deuses, principalmente o Deus do Fogão.

A cidade enche-se de luz e cor.



O Deus do Fogão vive num nicho por de trás do fogão com a sua companheira. Quem não tem dinheiro para comprar as ditas figuras para pôr atrás do fogão, põe no seu lugar uma folha de papel vermelho com os nomes dos deuses escritos no respectivo nicho.

No dia de ano novo o homem da casa oferece um banquete ao Deus do Fogão para celebrar o seu regresso a casa, já que este tinha partido 7 dias antes para reunir com o Soberano do Céu e contar-lhe tudo o que viu naquela casa ao longo do ano. É comum oferecer ao Deus do Fogão mel para lhe adoçar a boca e bebidas alcoólicas para lhe entorpecer a mente e esperar que ele não repare nas nossas falhas, porque um mau report do ano trás o castigo do Soberano do Céu.




Também foi dia de distribuir Lai Sis. São envelopes vermelhos com uma pequena quantia em dinheiro (1 ou 2 euros) que se distribui por aqueles que nos prestam serviços, como os porteiros dos prédios. O princípio é o de primeiro dar para depois receber. A sorte bafeja aqueles que são generosos.

Ontem as ruas encheram-se de mobília velha. Também é tempo de mudança, tempo para deitar coisas velhas fora.

Também foi dia de cortar o cabelo. Os cabeleireiros dobram o preço dos cortes e mesmo assim ficam cheios.

Hoje, depois do fogo de artifício, começa a rumaria aos templos onde se farão as ofertas e as preces para o novo ano lunar.




Amanhã de manhã haverá pelas ruas a dança do Dragão Gigante e dos 18 Leões.

Entretanto fazem-se feiras onde se vende coelhos de peluche, insufláveis, em barretes, almofadas e em tudo o que se puder imaginar.






Esta noite também eu me vou juntar à procissão do templo da deusa Ha Ma e acender uns incensos por todos aqueles que trouxe no coração.

Se acredito? Não importa, uns minutos a desejar um bom ano do Coelho aqueles que amo só pode fazer bem.





Portem-se bem, o Deus do Fogão está sempre atento.

A todos um bom 4709, o ano do Coelho!